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Infinitas são as eternidades do poeta

  • Foto do escritor: Jornal Poiésis
    Jornal Poiésis
  • 8 de fev. de 2021
  • 1 min de leitura


Sylvio Adalberto*


Infinitas são as eternidades do poeta,

desde que descobriu que palavras existem

para não serem levadas a sério.

Algumas delas só se sentem confortáveis

ao lado de outras idôneas com a sua natureza.

Tenho mania de prender palavras no silêncio,

ferir o olhar de ternura

debruçado nas margens da noite.

Tem palavras que, mesmo depois do final,

ficam doendo na gente.

Quando elas eram independentes,

descobriam poetas bem-dotados

em brincar com palavras,

os poetas descobriram

que bem-dotadas são as palavras

que infinitam os poetas.


*Sylvio Adalberto é membro da Academia Petropolitana de Letras. O poema acima faz parte de seu mais novo livro, Concerto Diverso (Edição do Autor, 2020)

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