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Finados

  • jornalpoiesis
  • 12 de jul. de 2021
  • 1 min de leitura


Elson Jacinto


Hoje que é dia dos mortos

Resolvi levar um lenço pra guardar meu pranto.

A multidão em agonia se perde na neblina.

Meu sonho vai como a rosa bonita.

Me ajoelho, querendo botar no túmulo meu coração.

É tudo escuro como as almas que dormem.

Eu lembro do círio que velava meu quarto de mendigo.

Se eram puras, confesso que não vi.

Neste dilúvio de ilusões, tudo é vivo.

Pois se não amo, estou mais morto ali.


Elson Jacinto (1962) é natural do Rio de Janeiro e mora em Araruama. É autor de “O tirar das máscaras”, “Entre a Cruz e a Espada” e “Revelação volume 2”, de onde extraímos o poema acima.

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