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AS LINHAS DA MÃO

  • jornalpoiesis
  • 29 de ago. de 2021
  • 1 min de leitura


Roseana Murray


Têm nome as linhas

da mão?

Serão rios, caminhos,

veredas,

serão luz?

Olho as minhas mãos

cheias de tempo,

quando tão cedo

abrigam a primeira água

para limpar do rosto

os vestígios da noite,

para passar o café.

Penso nas mãos espalmadas

nas paredes das cavernas,

por milhares de anos,

se acendem

com nosso olhar, falam,

estivemos aqui,

um dia existimos.

Penso nas mãos

que trançam, abrigam,

acariciam.

Que plantam.

Disse um poeta,

se todos

nos dermos as mãos,

quem sacará as armas?


Roseana Murray é poeta e escritora, mora em Saquarema-RJ (www.roseanamurray.com)

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